Alquimista do Sabor
A primeira lembrança que tenho da noz moscada é em São Paulo na casa do Bernardo Pellegrini, na década de 90, quando ainda era criança e encontrava a turma toda vivendo em comunidade na Vila Madalena. Lá, conheci nessa época Naiara Assunção (filha do Pinduca, poeta e jornalista), que tinha um colar com uma noz pendurada e em meio às brincadeiras roía com os dentes a tal semente. Lembro-me bem do aroma. E eu muito curiosa perguntei, por quê? Ela que era ainda mais nova que eu, respondeu que quando ficava nervosa roía à semente para se acalmar. Essa lembrança nunca me saiu da memória. Com o tempo, descobri que para além dos benefícios sobre o sistema nervoso, a noz moscada é imprescindível também em algumas receitas maravilhosas.
Minha história com a Pimenta Rosa não é de hoje. Primeiro, foi um encantamento da sua cor e aroma persistente, como um presente da natureza. Depois, quando iniciava minha carreira de cozinheira em grandes hotéis pelo Brasil, já nos anos 2000, me incomodava sua utilização exagerada na decoração dos pratos (praticamente todos). Me afastei das sementinhas. Mal sabíamos dos riscos de consumir em excesso.
Quando falamos em hortelã, logo vem à memória de infância aquele carinho reconfortante em forma de chá. No meu caso, as lembranças me remetem à cozinha libanesa vinda do meu avô paterno Abdalla Issa, e traz à memória muitos pratos. Em especial a Kafta assada - repleta de aromas, que geralmente era posta na grande mesa com toda a família reunida.
Essa erva pode ser utilizada em doces, saladas, legumes, carnes e bebidas. Também conhecida como menta, a hortelã é aromática, refrescante e de sabor intenso. Com uma grande variedade de espécies, têm origem no sul da Europa, América do Norte, Oriente médio e o centro da Ásia.