A planta aromática tema do artigo do mês de fevereiro é o Manjericão, famosa também por ser muito utilizada na culinária universal. Adoro seu nome científico, Ocimum basilicum (em inglês é chamado de Basil) derivado da palavra grega “basileus” que significa “Rei”. Uma vez que se destaca entre outras ervas de cheiro com seu aroma doce e balsâmico, não poderia ter recebido melhor nome.

Da família botânica das lamiaceas, assim como a lavanda, o alecrim e o hortelã, essa planta é nativa da Índia e das áreas subtropicais da Ásia. Floresce pelo mundo todo, se desenvolvendo bem no clima estável das regiões quentes, sendo cultivada como planta anual ou perene há mais de cinco mil anos. Na Índia o manjericão é chamado de Tulsi, e de acordo com o Ayurveda, seu aroma doce fortalece a conexão entre o coração e a mente. A cura Ayurvédica utiliza-o como medicina no desequilíbrio dos doshas vata (éter e ar) e kapha (água e terra), que se destacam no sistema nervoso, digestivo e pulmonar.

Com aroma semelhante ao anis, podemos encontrar várias espécies dessa maravilhosa planta. O óleo essencial que nos interessa aqui, destilado por arraste a vapor das ervas adultas, é o da planta reconhecida como manjericão-doce ou manjericão genovês, representado também na imagem do artigo. Esse óleo essencial, é rico em Linalol, 1,8 Cineol, Geraniol, Alfa Bergamoteno e Eugenol. Através desta composição podemos verificar sua atuação positiva acalmando o sistema nervoso, aliviando o sistema respiratório e o digestivo, além de fortalecer o sistema imunológico. Pode ser irritante à pele, por isso não recomendo seu uso puro sobre a pele, em banhos ou escalda pés. O ideal é diluir o OE em óleo vegetal carreador, e fazer o teste de sensibilidade. Isso vale para todos os óleos essenciais citados nos artigos que venho dividindo com vocês. De duas a três gotas em uma colher de sopa de óleo graxo vegetal (prensando a frio), podemos massageá-lo sobre o peito carregado de muco antes de uma noite quentinha de sono, e então perceber os benefícios expectorantes pela manhã. Essa mesma massagem sobre o estomago, em movimentos circulares, pode aliviar náuseas, e sobre o ventre pode aliviar cólicas e auxiliar em quadros de constipação. Seu uso tópico (diluído) também pode aliviar os eczemas que se formam após as picadinhas de insetos. A inalação deste aroma natural pode auxiliar em casos de exaustão nervosa. Nunca utilize estas receitinhas em crianças ou bebês, e já falei por aqui que na gestação também é importante evitar os óleos essenciais, certo?

Em seu livro Ensaios sobre Aromaterapia Holística, o Dr. Malte Hozzel afirma que “a energia reguladora e revigorante do manjericão faz com que ele seja um óleo de escolha para melhorar a conexão mente-corpo, elevando o espírito e promovendo a intuição”. Em consonância com esta afirmação, Deborah Eidson explica que este aroma nos encoraja a compreender a responsabilidade que é sermos co-criadores da nossa realidade junto ao universo através de nossas atitudes, palavras e intenções. Ainda diz que nossa personalidade é um veículo para as expressões do espírito, por isso viver com responsabilidade nos concede o poder de manifestar a realidade que desejamos. Energeticamente este óleo abre os seios nasais e o chacra da garganta, aumentando a amplitude da nossa consciência quando liberamos nossa respiração para recarregar nossos pulmões de energia vital. Recarregados desta vibração, harmonizamos nosso enraizamento (chacra raiz). Este aroma pode ser especial se você deseja quebrar velhos e estabelecer novos paradigmas em sua vida. Nossa realidade está em constante transformação, e esse óleo essencial pode auxiliar no desenvolvimento de novas percepções e pensamentos evitando o julgamento. Pode estimular um aprendizado pelo amor quando passamos pelos desafios da vida, que não são poucos.

Da próxima vez que degustarmos com uma massa ao molho pesto, vamos olhar para o manjericão com outros olhos, certo? Ah, quanta generosidade a natureza nos entrega através dos seus aromas naturais! Cada dia mais encantada, e vocês? Desejo que estejam juntos comigo nessa viagem aromática. Depois do carnaval, em março, vamos falar um pouco sobre as estações do ano e seus aromas especiais.

Aproveitando a ocasião, gostaria de convidar você para conhecer a Chef Yoná que na última semana estreou sua coluna “Alquimista do Sabor”, aqui no Blog Pacha Mama. À partir de agora, seus artigos vão nos presentear mensalmente com sua história junto às plantas perfumadas condimentares, compartilhando conosco deliciosas receitas!

Até breve, e abraços perfumados!

Opiniões, dúvidas e sugestões de temas para novos artigos pertinentes à esta coluna, serão muito bem-vindas pelo email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

FONTES CONSULTADAS

O grande manual da Aromaterapia – Dominique Baudoux, Ed. Laszlo, 2018.
Aromaterapia - Patricia Davis, Ed. Martins Fontes, 1996.
Ensaios sobre Aromaterapia Holística – Malte Hozzel, Ed. Laszlo, 2019.
Cura Vibracional – Deborah Eidson, Ed. Laszlo, 2019.

07.02.2020